Presunção e água benta não salvam ninguém de naufrágios


Este é o team de Luísa Salgueiro e do PS. Como se pode perceber, integra muitos dos independentes que há quatro anos fizeram 30 por uma linha para derrotar e humilhar o partido socialista, enquanto Luísa Salgueiro integrava a equipa socialista de António Parada. Lavadas rapidamente as lágrimas, os mesmos independentes que provocaram um rutura histórica no processo autárquica em Matosinhos - pela primeira vez o PS perdeu o poder - fizeram pela vida e só quando a doença de Guilherme Pinto se tornou irreversível é que começaram a pensar em voltar ao conforto do lar. Meu dito, meu feito. Lá foram eles de escantilhão para a Ló Ferreira, sob o patrocínio do líder da distrital socialista, Manuel Pizarro. O processo de reintegração é conhecido e pode ser contabilizado através do número de cartões de militantes socialistas que foram entregues, como protesto pelo assalto realizado. Atente-se de novo no team e em alguns dos presentes, sobretudo com os que andaram com António Parada ao colo e o deixaram cair. São os mesmos que hoje sorriem quando Luísa Salgueiro diz que António Parada é o candidato do CDS. Trata-se, obviamente, de uma piada. Como todos sabem, António Parada, que durante 14 meses foi adjunto do Ministério do Mar, aceitou há mais de um ano ser o líder e o rosto de um movimento de cidadãos que nunca fizeram as suas vidas depender dos resultados eleitorais ou da força dos partidos. Estamos perante um movimento no mínimo tão independente como aquele que levou ao poder mais de 80 por cento da equipa que hoje acompanha Luísa Salgueiro, vencedores do último processo eleitoral certamente também com muitos votos do CDS. O que Luísa Salgueiro hoje disse sobre António Parada e o CDS deve ser, por isso, entendido como a constatação de um facto - o de que está realmente preocupada com o que vai acontecer no próximo dia 1 de outubro.
De resto, é sabido o estado da nação dita socialista. A concelhia está contra a candidatura e irá impugnar as listas, pelo menos um presidente de secção já entregou o cartão e juntou-se a António Parada e vários militantes fizeram o mesmo. Ou seja, António Parada corre o "risco" de neste momento ter com ele mais socialistas de coração que propriamente a candidatura do Partido Socialista do Bonfim.